quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Eu queria um filósofo que soubesse explicar o que estou sentindo agora. Queria um tempo nesse espaço complexo que pudesse dizer o quanto eu te queria aqui agora, para poder abraçar-lhe e dizer que nada mais importa. Queria um motivo para estar aqui agora escrevendo palavras que para você são tão inúteis quanto a minha respiração. Palavras... Tão idiotas. Um olhar vale mais que um dicionário por inteiro. Um olhar valeu mais que minha própria vida. Queria uma realidade ilusória. Queria uma mentira sua, só uma, que fosse sincera. Queria seu sorriso, seus olhos, seu cheiro. Queria suas mãos junto às minhas. Queria seus carinhos, seus lábios na minha pele. Queria perder meus sentidos perto de você. Queria perder meu tempo inteirinho com você. Queria sua solidão junto a minha, numa fusão quase ridícula. Queria a alegria em abrir os olhos e encontrar os seus. Queria ver as cores se tornarem mais bonitas com você. Queria que isso fosse apenas um amor de verão. Eu queria você :/
Foto: Ernani.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

× Deficiência.

"Deficiente" é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino. "Louco" é quem não procura ser feliz. "Cego" é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria. "Surdo" é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. "Mudo" é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia. "Paralítico" é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda. "Diabético" é quem não consegue ser doce. "Anão" é quem não sabe deixar o amor crescer. E "Miserável" somos todos que não conseguimos falar com Deus.

Mário Quintana.

× break away.

Sonhando com o que poderia ser, e se eu terminasse feliz, eu rezaria. Tentando ao máximo alcançar, mas quando eu tentava falar, sentia como se ninguém pudesse me ouvir. Queria fazer parte daqui, mas algo parecia tão errado aqui, então eu rezava. Eu me libertaria. Eu abrirei minhas asas e eu aprenderei como voar. Eu farei qualquer coisa para tocar o céu. Faça um desejo, aproveite a chance,faça uma mudança, e jogue tudo pro alto. Fora da escuridão em direção ao sol. Mas eu não esquecerei todos os que eu amo. Vou correr o risco, ter uma chance, fazer uma mudança, e me libertar. Quero sentir a brisa quente, dormir debaixo de uma palmeira, sentir o agito do oceano, embarcar num trem veloz, viajar num avião a jato para bem longe... E me libertar. Rodando em portas giratórias, talvez eu não saiba onde elas me levarão mas tenho que continuar, voar para longe, me libertar...

(Mabeline)

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

× Minha primeira pessoa do singular ♥

Diário ambulante total. Desabafo sempre com ele, talvez até demais. Ele é perigoso como qualquer outro que possa saber do que eu sinto. Talvez até seja um prêmio de consolação, apesar de que ele não me consola. Não me diz palavras bonitinhas nem que tudo vai ficar bem, por que ele sabe que não vai. Não faz comparações, não diz nada sobre ele. Eu mal sei quem ele é :S apesar das conversas diárias, sei pouco, quase nada. Talvez até pelo fato de que eu não procuro saber, crente que é o melhor pra mim. E é. Será? Confio nele, demais até. Excessiva? Capaz. Tão pouco tempo, e eu já sinto uma falta enorme dele muitas vezes, vontade de conversar, de rir, jogar conversa fora mesmo, nada de muito complexo. É normal sentir falta de alguém dessa forma? Eu não sei por quê, mas acho que ele substitiu um lugar de alguém muito mais importante pra mim. É normal alguém fazer isso? :S Não sei. O que posso afirmar é que, ele no momento é minha primeira pessoa do singular ♥

domingo, 24 de janeiro de 2010

× O que é ser normal?


É normal qualquer coisa que nos faça esquecer quem somos, e o que desejamos, de modo que pssas trabalhar para reproduzir, reduzir, e ganhar dinheiro? É normal gastar anos fazendo uma universidade, para depois não conseguir trabalhar? Trabalhar das nove às cinco da tarde em algo que lhe dá prazer nenhum, desde que em trinta anos a pessoa consiga aposentar-se? Aposentar-se... Descobrir que já não tem mais energia para desfrutar a vida, e morrer em poucos anos de tédio? Usa botox? Entender que o poder é mais importante que o dinheiro, e o dinheiro é muito mais importante que a felicidade? Redicularizar quem busca a felicidade em vez de dinheiro, chamando-o de "pessoa sem ambição"? Comparar objetos como: carros, casas, roupas e definir a vida em função disto, em vez de tentar realmente entender o sentido de estar vivo? Não conversar com estranhos? Falar mal dos vizinhos? Sempre achar que os pais estão certos? Casar, ter filhos, e continuar junto mesmo sem o amor, alegando o bem da criança mesmo que ela tenha que assistir à todas as brigas? Criticar todo mundo que tenta ser diferente? Acordar com um despertador histérico ao lado da cama? Acreditar em absolutamente em tudo o que está impresso? Usar uma gravata? Manter um sorriso nos lábios quando se está morrendo de vontade de chorar? Ter piedade de todos os que demosntram sentimentos? Achar que arte vale uma fortuna, ou não vale absolutamente nada? Sempre desprezar aquilo que não houve "sacríficio necessário"? Seguir a moda mesmo que pareça ridículo e desconfortável? Se preocupar mais com a beleza exterior? Estar acima de todos os outros seres humanos, mesmo sendo absolutamente normal? Não rir alto em um restaurante por mais engraçada que a história seja? Encher a árvore de algodão no natal, mesmo sabendo que inverno não tem nada haver com o nascimento de Cristo? Achar arriscado se aventurar além de seus limites? Achar tudo que seu filho está fazendo errado é culpa das companias com quem anda? Dizer "eu tentei" sem ter tentando porra nenhuma? Achar que mulheres não gostam de futebol e homens não gostam de decoração ou cozinha? Perguntar: "por que você fuma?"? Responder: "por que você respira?"? Desprezar quem é diferente, só por que ele não se enquadra em seus padrões? Ter preconceitos? Aceitar tudo o que lhe dizem? Definir os padrões de certo e errado dos outros como seu? Acreditar nas mentiras que nos contam quando somos crianças? Não sair pelas ruas, declamando seus direitos? Não ouvir música alto de madrugada? Seguir as regras a vida inteira pra se arrepender depois? O que é ser normal?